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Um ano de Decola Cria: Impacto local, conexão Global

Nos dias 8 e 9 de outubro, o Decola Cria celebrou seu aniversário de um ano no evento “Um ano de Decola Cria: impacto local, conexão global” na sede do Galpão da Organização Ação da Cidadania, no bairro do Santo Cristo, Centro do Rio de Janeiro.. O Decola Cria faz parte da Global Opportunity Youth Network (GOYN), tem o Cedaps como parceiro articulador e apoio da Innovation Foundation e da Prudential. O objetivo do projeto é promover mudanças sistêmicas para a inclusão de jovens no trabalho e na educação através de ações coletivas.

O evento contou com a participação de parceiros do mundo todo e de membros do Conselho Jovem do Decola Cria, destacando o protagonismo juvenil na articulação de programas e iniciativas de impacto dentro e fora de suas comunidades.

Ana Beatriz Lourenço, jornalista da Tv da Globo. Ives Rocha, Coordenador da Frente de Juventudes do Cedaps e Jordan, membro do Conselho Jovem do Decola Cria, foram responsáveis pelas falas de boas-vindas e introdução do cronograma do evento. Ambos destacaram a importância do trabalho colaborativo, junto à juventude carioca e às organizações parceiras, para realizar ações do Decola Cria.

Veja as fotos da introdução ao evento Um ano de Decola Cria

Fotos: Hericsson Carvalho

Fala de abertura

Na fala de abertura, Katia Edmundo, Diretora Executiva do Cedaps, Gabriella Rodrigues, membro da Secretaria Especial de Juventude da Prefeitura do Rio de Janeiro, Jamie,  Diretor e fundador do GOYN e Daniel Souza, Presidente Conselho da Ação da Cidadania, reforçaram o papel das metodologias participativas na ativação das potencialidades das comunidades. Gabriella Rodrigues se referiu ao evento como “um encontro de motivações” para abrir espaços, parcerias e criar oportunidades para que a juventude possa florescer na cidade. 

Katia e Jamie relembraram as ações realizadas em parceria no período de um ano do Decola Cria. Além de celebrar parcerias locais, os participantes falaram dos impactos de Programas como Jovens Construtores, primeira iniciativa do GOYN no Rio de Janeiro. Uma das ações do projeto envolveu a construção de diários de experiências, em que um grupo de jovens escreveram suas próprias histórias e narrativas pessoais e compartilharam ideias e soluções para acesso a oportunidades na cidade. A iniciativa, dentre outras desenvolvidas pelo Decola Cria ao longo de um ano de história, revela o protagonismo da juventude na construção de ações e políticas públicas de inclusão de jovens na educação, no trabalho e na cultura. 

Em seguida, Sara Keh, representando a parceria com a Prudential e a conexão com o GOYN, reforçou seu compromisso com as ações do Decola Cria e compartilhou ideias sobre a articulação de parcerias para iniciativas de inclusão social da juventude carioca. 

Santi, Magrão e Katlen, membros do Conselho Jovem do Decola Cria fizeram uma apresentação cultural, unindo o rap e a poesia como ferramentas de resistência e sensibilização sobre suas vivências nos territórios de favela do Rio de Janeiro.

Veja as fotos da fala de abertura do evento

Fotos: Hericsson Carvalho

Veja fotos da apresentação cultural de jovens do Decola Cria

Fotos: Hericsson Carvalho

Um ano de Decola Cria

A introdução “Um ano de Decola Cria” foi apresentada por Anna Becker, Coordenadora do Projeto, Patrícia e Lucas Gabriel. Anna Becker destacou a visão do Decola Cria de produzir uma cidade onde oferta e demanda de oportunidades de trabalho estejam conectadas e essas informações alcancem a juventude carioca. Com esse propósito, está sendo produzido de forma colaborativa o Cria Map, através da metodologia do Mapa falante, junto à equipe de Geoplanejamento do Cedaps. A criação desse mapa de ecossistemas foi uma das principais ações durante o ano de atuação do Decola Cria. Até o momento, estão mapeados 42 pontos de apoio ao emprego e empreendedorismo em diferentes territórios da cidade, Escolas Municipais, equipamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Assim, o Mapa promove o acesso à informação e um ecossistema de oportunidades de trabalho, educação e redes de prevenção e cuidado em saúde para a juventude carioca.

Os participantes ainda divulgaram novas iniciativas do Decola Cria como o Corre de Mãe e a Feira de Oportunidades. O Corre de mãe já teve mais de 22 mil pessoas alcançadas, promovendo a inclusão de jovens mães negras no mercado de trabalho e na educação, através de cursos e formações preparatórias e redes de inclusão produtiva. Já a Feira de Oportunidades é um projeto que conecta os jovens com empresas e organizações da sociedade civil para geração de oportunidades de educação e trabalho. 

O Conselho jovem do Decola Cria também foi destacado como o principal motor que congrega todas essas ações por meio da participação política dos jovens e o protagonismo de suas vozes para contar suas próprias histórias e construir a cidade que desejam. Lucas Gabriel fala sobre o Conselho de Jovens como uma forma de construir uma cidade em que a voz da juventude seja ouvida em todos os aspectos.

Patrícia trouxe o papel da iniciativa Pacto pela Juventude como uma base para criar ações e programas para os territórios, mapeando problemas para construir soluções criativas que gerem impactos positivos concretos na vida dos jovens. 

Veja as fotos da mesa de Introdução do evento Um ano do Decola Cria

Fotos: Hericsson Carvalho

O Cria Map em Ação: Mapeando Oportunidades e Colaborações para a Juventude no Rio de Janeiro”

No Painel 1, “O Cria Map em Ação: Mapeando Oportunidades e Colaborações para a Juventude no Rio de Janeiro”, estiveram presentes André Mantovani, Diretor Pedagógico da Fundação Darcy Vargas, Cris dos Prazeres, Fundadora e Presidente do Instituto Evolux e Ketlen e Juan David, ambos membros do Conselho Jovem do Decola Cria e participantes das iniciativas da Fundação Darcy Vargas. 

Institutos parceiros do Decola Cria, o Evolux e a Fundação Darcy Vargas são parte do ecossistema Cria Map de oportunidades de emprego e educação para jovens do Rio de Janeiro. André Mantovani falou sobre a iniciativa da Fundação Darcy Vargas de oferecer um novo projeto pedagógico de escola, com cursos de inclusão produtiva e oficinas de arte e cultura, em um espaço que funciona para atender as necessidades das comunidades e seu entorno. Para André, este é um projeto político e pedagógico que valoriza as identidades para apoiar os jovens no seu desenvolvimento em áreas como tecnologias, ciências e humanidades para construir pontes e projetos de inovação nos territórios e promover a interlocução do projeto com escolas públicas.

Cris dos Prazeres falou sobre sobre a cultura do afeto na cocriação de redes para construir a escola que queremos, que potencialize a escuta da juventude e ações construídas coletivamente, conectadas com os territórios.

Na parte 2 do Painel, estiveram presentes Liliane Mynssen do INPAR Jovem, Carla Felizardo, do CMVV e Carlos Sky, do Instituto Nós por Elas. Os participantes destacaram os desafios experienciados por jovens da Zona Oeste do Rio de Janeiro para acessar oportunidades de emprego, educação e cultura, que estão mais concentradas na região central da cidade. Além disso, Carla Felizardo destacou a violência que atravessa esses territórios de forma desigual como um desafio para a permanência da juventude nas escola. Os participantes também propuseram soluções para criar ações de impacto nestes territórios, entendendo suas vulnerabilidades e potencialidades. Destacaram também que o propósito dos projetos desenvolvidos é oferecer melhores oportunidades e mobilizar políticas públicas que alcancem os jovens da Zona Oeste.

Veja as fotos do Painel 1

Fotos: Hericsson Carvalho

De Vou brotar à Mamas Chingonas: Conectando Campanhas Locais a um Movimento Global

No painel 2 “De Vou brotar à Mamas Chingonas: Conectando Campanhas Locais a um Movimento Global”, estiveram presentes Andrea Nogueira, representando o Programa Jovens Construtores no Brasil, Lux, do GOYN do México e Vijay, da Innovation Foundation. 

O objetivo do painel foi debater a inclusão efetiva de jovens mães na educação e no mercado de trabalho, a partir do compartilhamento de experiências de duas iniciativas realizadas com o apoio da Innovation Foundation: A Campanha “Corre de Mãe”, parte do projeto “Vou Brotar” do Decola Cria e “Mamas Chingonas” da GOYN do México. 

Os participantes falaram sobre a centralidade das mulheres nos trabalhos de cuidado, trabalhos que são tão centrais para a nossa sociedade mas ainda pouco reconhecidos e valorizados. A maioria das mulheres mães solo jovens, principalmente mulheres negras, abandonam a escola para cuidar de seus filhos e não tem suas habilidades e potencialidades reconhecidas no mercado de trabalho. 

Foram identificadas muitas semelhanças entre as experiências dos projetos com jovens mães solo no México e no Brasil, desde o contexto de vulnerabilidade social vivido aos desafios da inclusão produtiva vividos por essas jovens. Programas como o Corre de Mãe e o Mama Chingonas buscam criar caminhos e soluções para alcançar e engajar jovens mães. O relato de  mostrou como o Corre de Mãe tem transformado sua realidade e a de muitas jovens mães negras moradores de favela. Os participantes também destacaram a urgência de ações e políticas públicas voltadas para a juventude.

Andrea Nogueira falou sobre o Programa Jovens Construtores, que conecta realidades de mães solo a de jovens sem oportunidades com soluções integradas de educação e empregabilidade. 

Veja as fotos do Painel 2

Fotos: Hericsson Carvalho

Aprendizados para uma nova comunidade

Por fim, Patrick Dessources fez uma fala de encerramento trazendo a contribuição do Haiti, mais novo membro da rede GOYN, que compartilhou percepções sobre a construção desse movimento colaborativo. Patrick destacou do evento e das metodologias participativas como uma ferramenta potente de abordar e resolver os desafios das comunidades com criatividade.

Confira as fotos de encerramento do primeiro dia de celebração do Decola Cria

Fotos: Hericsson Carvalho

Após os painéis, os convidados assistiram à apresentação de passinho de jovens do Decola Cria. 

Veja as fotos da apresentação de passinho

Fotos: Hericsson Carvalho

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Segundo dia do evento: Diálogos Globais

No segundo dia, o evento foi realizado na sede da Casa da Juventude, no bairro da Gamboa, Centro do Rio de Janeiro. 

Esse foi um dia de muita troca de saberes locais de parceiros do Decola Cria em diversos países do mundo. 

Na fala de abertura de boas-vindas, estiveram presentes Anna Becker e Ives Rocha, Coordenadora e Diretor do Decola Cria, Alice Gugelev, Diretora da Global Development Incubator (GDI) e Gabriella Rodrigues, representando a Casa da Juventude.

Alice se referiu à importância de “cocriar a esperança” para impulsionar a construção de sociedades mais justas, Ela trouxe a imagem da mandala para se referir ao GOYN, como uma malha que conecta redes locais à conexões e projetos de impacto globais. Segundo ela, “nada vem de cima para baixo, tudo vem de dentro das comunidades que estamos ao redor do mundo”.

A Diretora do GDI também falou sobre o lançamento do 1º artigo regional do GOYN publicado na América Latina, fruto do trabalho de jovens líderes: “Local Action, Regional Impact: The Opportunity Youth Network in Latin America“. Para ela, esta é parte de um avanço importante na produção e troca de conhecimentos sobre as metodologias e programas do GOYN ao redor do mundo.

Confira as fotos da abertura do segundo dia do Um ano de Decola Cria

Fotos: Laryssa Lomenha (JuvRio)

Juventude que cria caminhos: Bem-viver e condições de vida

No Painel 1 “Juventude que cria caminhos: Bem-viver e condições de vida”, os participantes Diego Aguiar, do Conselho Jovem do Decola Cria, Raaga, Pune e Pankaj, debateram sobre o conceito de bem-viver para a juventude, que está conectado a promoção de condições econômicas, saúde, educação e cultura. 

Veja as fotos do Painel 1

Fotos: Laryssa Lomenha (JuvRio)

Violência Urbana e Racismo Estrutural: Barreiras e Estratégias para a Inclusão de Jovens

Participaram do Painel 2, “Violência Urbana e Racismo Estrutural: Barreiras e Estratégias para a Inclusão de Jovens”, estavam presentes Patrícia Carvalho, Coordenadora de Pesquisa do Casa Preta da Maré, Erick Soares, do Conselho Jovem do Decola Cria, Reginal Cean, da GOYN Haiti, Mahmoud Noor, da GOYN Mombassa. O painel foi mediado por Raul Santiago.

Os participantes falaram sobre o impacto da violência urbana para a juventude e a urgência de criar estratégias de superação dessa violência. Patrícia resgatou o histórico de marginalização da população negra na cidade do Rio de Janeiro, fruto de um processo violento de escravização, seguido da criminalização de manifestações culturais do povo preto e de um projeto de urbanização que exclui essa população do acesso à moradia e condições de vida dignas. Patrícia ressaltou também as práticas de resistência e incidência política e cultural dos moradores de favela, destacando iniciativas como a do Coletivo Papo Reto e Fogo Cruzado.

Mahmoud destaca que o crescimento da criminalidade entre jovens negros em Mombassa está diretamente relacionado a ausência de políticas públicas e oportunidades para os jovens, realidade que, segundo ele, se conecta muito ao que acontece no Brasil.

Erick Soares traz a importância de se discutir a pauta racial não só como um peso, mas como esperança. Diretor Fundador do Instituto Arteração, ele fala da importância do trabalho em parceria com o Decola Cria para ampliar o diálogo com parceiros que promovem iniciativas de enfrentamento à violência e inclusão social da juventude. Além disso, destaca iniciativas como a pesquisa Um Rio de Jovens como uma forma de compreender as necessidades dos jovens e garantir que seus direitos sejam respeitados e protegidos.

Ao final, a conclusão da mesa foi a de que iniciativas como o Decola Cria fazem um trabalho de potencializar vozes para que a juventude negra seja ouvida e respeitada.

Veja as fotos do Painel 2

Fotos: Luiz Carlos Junior

Visita guiada à região da Pequena África

Dois grupos foram divididos durante as atividades para participar de uma visita guiada na região da Pequena África, no Cais do Valongo. Durante a visita, pessoas do mundo todo puderam se conectar às construções que carregam a memória histórica dos povos escravizados. A relação entre memória e espaço urbano trouxe à tona o racismo estrutural e a reprodução de desigualdades, que destacam a urgência de ações e políticas públicas de reparação histórica e inclusão social da população negra. Também destacam memórias de resistência contra todas as tentativas de apagamento e perseguição de seus corpos e culturas, que persistem e seguem compondo a identidade da cidade do Rio de Janeiro.

Veja as fotos da visita guiada

Fotos: Luiz Carlos Junior

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