Por meio do Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro, uma ação interinstitucional iniciada em 2021 com foco na promoção de experiências de tecnologias sociais voltadas para a construção de uma agenda de saúde integral nas favelas, em atuação conjunta com organizações baseadas nesses território e que trabalham com populações vulnerabilizadas na garantia do direito à saúde, o Cedaps iniciou o projeto “Saúde nas Favelas: Vigilância Popular em Saúde e Memória Social” em 2024.
O Plano Integrado, que teve sua 1ª Chamada durante a pandemia da Covid-19, é a soma do esforço da Fiocruz, das universidades UFRJ, UERJ e PUC-Rio, e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), além de sindicatos de profissionais das áreas da saúde e assistência social, bem como organizações localizadas em favelas para captar recursos a esses territórios.
Esse empenho conjunto nomeado “146 X Favelas – Parceria em Defesa da Vida” compõe 146 projetos baseados em 175 favelas localizadas em 33 municípios do estado do Rio de Janeiro e, em duas chamadas públicas realizadas em 2021 e 2024, já resultou em mais de R$ 22 milhões doados para a saúde nas favelas no Rio de Janeiro.
O Cedaps começou a fazer parte do Plano Integrado a partir da 2ª chamada em 2024, quando apresentou o projeto “Saúde nas Favelas: Vigilância em Saúde e Memória Social”. O objetivo da iniciativa é fortalecer as lideranças comunitárias da Rede de Comunidades Saudáveis (RCS) no que tange a ampliação das práticas de vigilância popular em saúde e ações de promoção da saúde e prevenção de doenças (IST, HIV/Aids, Tuberculose e Hanseníase) por meio de ações com duração de 12 meses (período de julho de 2024 a julho de 2025).
Também será feito o reforço e a ampliação das capacidades locais com vistas à defesa do direito à saúde, propagação de qualidade de vida e bem-estar, e ao alcance de serviços públicos mais saudáveis para os territórios populares. Além do registro e da visibilidade da memória social de práticas de vigilância popular em saúde, promoção da saúde e prevenção de doenças, que será registrado na Coleção Rede de Comunidades Saudáveis, no Núcleo Cedaps, no Museu da Pessoa.
Confira as principais atividades realizadas no projeto Saúde nas Favelas: Vigilância em Saúde e Memória Social:
- Encontros para trocas de experiência e de formação por meio de reuniões bimestrais da RCS, reuniões da comissão organizadora da RCS e oficinas temáticas;
- Implementação e acompanhamento de planos de ação para movimentações territoriais de vigilância social e ações de prevenção e cuidado de infecções e doenças como IST, HIV/Aids, Tuberculose e Hanseníase;
- Registro da Memória Social: conjunto de vídeos, fotos e depoimentos de trajetórias na ação de práticas de vigilância popular em saúde e ações de promoção e prevenção.
A iniciativa começou no dia 2 de agosto de 2024, quando teve o lançamento com uma apresentação para as 56 organizações selecionadas na 2ª Chamada Pública, que falou sobre o apoio às ações de saúde nas favelas e detalhou os processos de execução e prestação de contas dos projetos. Em seguida, focou nos 146 projetos da rede.
A partir desse encontro, aconteceu, nos dias 26 e 27 de agosto, o Seminário com o tema “Saúde, Favela, Justiça Climática e Racismo Ambiental”, com a participação do Cedaps e promovido pela Fiocruz com o 146x Favela, rede de organizações sociais e instituições comprometidas com a promoção da saúde e o fortalecimento de comunidades em favelas do Rio de Janeiro. O encontro aconteceu no Centro de Defesa dos Direitos Humanos, em Petrópolis. A escolha da cidade foi simbólica, evidenciando, infelizmente, os efeitos práticos do racismo ambiental.
Após essas atividades, o projeto prosseguiu com o lançamento oficial do projeto na Reunião Ordinária da Rede de Comunidades Saudáveis, e com as Reuniões Bimestrais da Rede de Comunidades Saudáveis, que aconteceram nos dias 28 de agosto e 2 de outubro. Os encontros aconteceram no modelo híbrido e tiveram oficinas sobre “Enfrentamento do Preconceito e Estigma associados às Doenças Negligenciadas” e sobre “MPOX: o que você precisa saber sobre transmissão, sintomas e tratamento”.
Além disso, a RCS em parceria com o Cedaps promoveu no dia 26 de setembro uma oficina sobre Promoção da Saúde, com a Sanitarista e Mestre em Saúde Coletiva, Isabela Cardoso, que falou sobre os níveis de complexidade da saúde (atenção básica, secundária e terciária) e a Política Nacional de Saúde à partir da abordagem integral da promoção da saúde. Além da história da saúde, sua publicização com a Constituição Federal, o acesso universal e a mudança de paradigma do conceito de saúde com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Confira abaixo as publicações vinculadas ao projeto: