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Resultado de um trabalho em parceria, Projeto ReciclAção é lançado nos Prazeres

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Foi lançado no dia 23 de março, no Morro dos Prazeres, o ReciclAção, projeto de coleta seletiva e reciclagem com ênfase na mobilização comunitária. Com a inauguração da Estação de Coleta, moradores já podem depositar lá resíduos, como embalagens longa vida, garrafas PET e latinhas com a certeza de estar fazendo sua parte pelo meio ambiente – e pela comunidade onde moram.

O ReciclAção segue as diretrizes da Lei 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A lei adota o conceito de responsabilidade compartilhada, em que diversos setores da sociedade- o poder público, empresas e consumidores- tem deveres a cumprir para que os resíduos tenham destinação final adequada: sempre que possível, a reutilização ou reciclagem.

A programação de sábado começou com uma gincana educativa em que participaram 150 jovens, meninos e meninas da comunidade. Ana Carolina, de 18 anos, agente de saúde do grupo PROA (Prevenção Realizada com Organização e Amor) , explica a atividade: “reunimos as crianças em três equipes: verde, amarela e azul para catar o lixo reciclável, acumuladas em áreas de tendinhas, de bar e de salão”. Genival André, de 28 anos, agente educador do projeto ReciclAção, falou sobre a participação dos jovens na melhoria do Prazeres: “a nossa comunidade é muito receptiva e essa receptividade é maior pelas crianças e adolescentes. A gente consegue engajar primeiro esse público e vai subindo a faixa etária para alcançar os adultos”. Depois do almoço, o grupo de teatro da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e o grupo ”Chegando de Surpresa”, da Comlurb, fizeram apresentações com foco na conscientização da necessidade e benefícios de uma cidade limpa e livre de focos de doenças como a dengue.

“[O ReciclAção] é um projeto, do ponto de vista do CEDAPS, extremamente importante porque trabalha não só o conceito de sustentabilidade ambiental, mas também social”, diz Kátia Edmundo , diretora da organização. Todo o material coletado será comprado por empresas parceiras, a Latasa e a ReciColeta. Esse dinheiro será revertido em ações escolhidas pela comunidade. “Essa é a grande diferença: você aumenta a capacidade de educação e mobilização, você aumenta também o volume do material arrecadado. Isso gera um círculo virtuoso bastante importante. Pode ser um modelo inspirador para várias comunidades”, completa.

Luciana Lanzoni, diretora executiva do Instituto BRF, ressaltou os esforços conjuntos que permitiram que o projeto saísse do papel: “foi um ano de construção entre os vários parceiros, então é um momento muito feliz de conseguir colocar para rodar uma ideia, um plano, que foi desenhado pelas várias partes”. Para Edson Alcântara, coordenador de projetos da ONG Equilíbrio Sustentável, que atua no Prazeres desde o final de 2008, a força do ReciclAção está na aliança com a comunidade. “A ideia da Equilíbrio Sustentável é de um trabalho comunitário e coletivo de conscientização e de interdependência. A partir do momento que você cuida do seu espaço, como propõe o ReciclAção, você ajuda seu vizinho a cuidar do espaço dele também, as pessoas começam a se conhecer e se respeitar e ter uma responsabilidade coletiva pelo local onde vivem”, expõe.

Cris dos Prazeres, tem 40 anos – 17 deles dedicados ao trabalho comunitário – e é fundadora do grupo PROA , focado principalmente na prevenção de DSTs e promoção da saúde. Para ela, a questão do lixo é uma questão de saúde. “A ideia é a gente multiplicar a consciência de que todo lixo é um resíduo e todo resíduo tem um lugar adequado a ser depositado. A gente vai tentar trabalhar com muito amor dentro desse recorte”, promete.

A instrutora de informática Fernanda Assunção Dutra, de 29 anos, é voluntária do ReciclAção, graças à influência de Cris. “Eu amo o ReciclAção, eu amo falar sobre o meio ambiente, prevenção… E o ReciclAção veio com uma ideia de limpar a comunidade. Veio para ajudar a comunidade”, diz.

Paulo Ribeiro, do ReciColeta, projeto da Tetra Pak no Rio de Janeiro, aponta que apesar de o projeto ReciclAção ter superado um dos maiores desafios para a coleta e destinação adequada dos resíduos, a logística, a conscientização ainda precisa ser concretizada. “A comunidade tem que estar informada, sabendo para quê está sendo feito isso, é uma prestação de contas (…) [é necessário] fazer com que a comunidade entenda a importância desse projeto e os benefícios que vai trazer – benefício social, financeiro, ambiental”, coloca.

Antes do coquetel de encerramento, todos os parceiros (CEDAPS, Instituo BRF, BRF, COMLURB, Equilíbrio Sustentável, Galera.com, Grupo PROA, LATASA e Recicoleta/Tetra Pak que formam o Grupo de Trabalho; e Instituto Pereira Passos/UPP Social, SEA/INEA, SECONSERVA e SMAC/CRS que apoiam) se reuniram no Casarão para uma roda de conversa.