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Programa Energia Jovem: Breve Histórico

Em 2003 o Cedaps foi convidado pelo UNICEF para realizar uma pesquisa sobre a situação de crianças e adolescentes do Complexo do Alemão, que foi realizada de maneira plenamente participativa, com a formação de um Conselho Gestor com 50 integrantes e 30 pesquisadores adolescentes. Os dados foram sistematizados e entregues ao UNICEF em 12/2003. Pelo fim do convênio com Rede Globo na época, UNICEF não pode passar à fase seguinte – uma intervenção social baseada na pesquisa.

O CEDAPS, para manter seu compromisso com a comunidade, buscou articular outras parcerias, de caráter intersetorial, para continuar o trabalho iniciado com a juventude e utilizar a energia gerada pelo processo participativo. Envolveu o Conselho Comunitário e cinco associações locais, e pleiteou o Programa Agente Jovem, da Secretaria Municipal de Assistência Social, para a comunidade. Iniciou o trabalho com recursos mínimos, e 75 jovens desenvolvendo ações sociais na comunidade. Em 2004, o programa de juventude foi levado a nove comunidades do Município de Magé, numa parceria com a AMPLA (distribuidora de energia, Rio de Janeiro), onde foi desenvolvido e aperfeiçoado.

Em 2005 o Unicef propôs reiniciar a intervenção no Complexo do Alemão. O Cedaps articulou então uma parceria com o Observatório de Favelas e CEASM (ONGs que trabalham com o universo de comunidades populares e juventude) e propôs o Clube de Adolescentes, com 125 jovens em cinco comunidades do Complexo. O projeto integrou-se à experiência piloto multi-institucional (Unicef, ICCO, OIT, prefeitura, Observatório de Favelas e outros), para construção de uma tecnologia social para a prevenção da violência e da entrada no tráfico de drogas, na vertente de empoderamento juvenil.

O programa promove a autonomia e o empoderamento de modo que se tornem atores sociais; contribui para a criação de uma identidade positiva e de alternativas para o projeto de vida e o futuro dos jovens. Ao todo, cerca de 700 adolescentes de 10 a 18 anos em onze comunidades participaram de atividades pós-escola, de formação pessoal e capacitação em saúde, sexualidade, cidadania, emprego, resolução de conflitos, liderança, empreendedorismo e outros; planejaram e desenvolveram cerca de 400 projetos sociais, que mobilizam as comunidades e beneficiam milhares de pessoas; renovam a liderança de associações comunitárias e participam da discussão de políticas públicas.