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“É preciso investir nas pessoas que estão dentro das comunidades”, diz Kakau Moraes

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Kakau Moraes é uma liderança comunitária de Rio das Pedras, educadora social, compositora e mediadora de conflitos.

Ela já atuou em projetos de promoção da saúde e foi agente administrativa na Atenção Primária durante cinco anos. Sua principal atuação é contra as DSTs/Aids. Também já atuou em projetos relacionados à tuberculose e faz parte da Rede Nacional de Comunidades Saudáveis. Aqui ela fala sobre como educar sobre saúde nas comunidades.

Falar sobre saúde nas comunidades

Cada comunidade tem um perfil e é preciso que isso seja avaliado com tranquilidade. Às vezes o governo quer implantar um plano achando que todo mundo é igual e não é assim. Aprendi que a escuta ativa e a comunicação popular são o segredo! O que o poder público deveria fazer é se aliar a quem está dentro das comunidades, o que faz toda a diferença. Preparar, capacitar e remunerar!

A família tem um papel muito forte na educação e o tabu atrapalha muito, e isso acaba ajudando para o aumento das incidências com relação ao HIV, por exemplo.

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Fazendo música para se comunicar

Eu decidi fazer músicas porque a comunidade gosta de festas e bailes. Minhas músicas ocupam espaços nas rádios comunitárias, porque as pessoas me ouviam ao acordar e isso chamava a atenção. Na sequencia, eu falava sobre prevenção. Também descobri que poderia usar as redes sociais para informar o que eu achava interessante.

Temos um buraco enorme na comunicação e a rede social pode ajudar a resolver. Esse é o nosso maior desafio. Se eu canto, faço, escrevo e tenho um objetivo, eu salvo vidas! Até mimica já usei.

Ouça o funk da tuberculose!

 

O preconceito

O danado do preconceito mata! Mata o doente, a família e as nossas esperanças. Mas eu não posso ter medo de avançar se eu quero a mudança. A opressão dentro das comunidades é tão expressiva que faz com que as pessoas se escondam!

União para superar as dificuldades                      

Como superar essas dificuldades? Superando as maldades que a raça humana é capaz de fazer com seu semelhante. Investindo no que eu sei fazer de melhor, no que as Cris, as Sônias, as Lúcias, as Ritinhas, as Nemeses, os Antônios, as mulheres e homens desse país que estão dentro dessas comunidades estão dispostos a fazer para mudar para melhor. Já perdemos muitas pessoas. Tá na hora de dar um basta!

 

Fotos: Revista Resposta+, do Ministério da Saúde