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Seminário gera planos de ação para combate à tuberculose

Cerca de 50 lideranças de 25 instituições que integram a Rede de Comunidades Saudáveis do Rio de Janeiro participaram do seminário “Construção Compartilhada de Soluções em Saúde – Mobilização social na luta contra a tuberculose”. Promovido pelo CEDAPS e RCS, o evento aconteceu nos dias 27 e 28 de março.

O seminário integra o projeto “Rede de Comunidades Saudáveis: favelas e bairros de periferia do estado do Rio de Janeiro na luta pelo controle da tuberculose”, realizado com o apoio financeiro de The Stop TB Partnership, uma iniciativa estabelecida, em 2000, pela Organização Mundial de Saúde para eliminar a tuberculose no mundo. A iniciativa possui um mecanismo de financiamento para atividades de mobilização social, que selecionou, no Brasil, as propostas do CEDAPS, no Rio de Janeiro, e da Bemfam, em Recife.

Durante o encontro foram pensadas ações para sensibilizar e alcançar diferentes segmentos comunitários na luta pelo controle da tuberculose e na adoção de práticas preventivas e redução da discriminação.

O encontro contou com a presença, entre outros, de Carlos Basília, da Secretaria Executiva do Fórum Ongs/TB-RJ, que falou sobre os desafios a serem enfrentados no combate à tuberculose no Brasil, entre os quais o surgimento da tuberculose multiresistente e a associação entre HIV e TB.

“O conhecimento que se tem atualmente da tuberculose não dá conta da associação da Aids com a TB. Além disso, o uso incorreto dos antibióticos causou uma mutação do bacilo para um outro super resistente à medicação, surgindo um novo tipo de TB que se transmite da mesma forma, só que não tem cura”.

Basília falou também sobre a importância de se combater a tuberculose em três linhas: política, educativa e solidária: “TB não se combate somente com medicação, tem a ver com o meio social em que a pessoa vive . Não é à toa que os maiores índices da doença estão em países em desenvolvimento. Temos que combater também as condições sociais que fortalecem o surgimento da TB”, disse.

Do encontro foram gerados 25 projetos que estão sendo desenvolvidos em comunidades da Baixada Fluminense, nas Zonas Norte e Sul do Rio de Janeiro. Para chegarem até os projetos, os grupos identificaram quais problemas deveriam e poderiam ser enfrentados para o sucesso no combate à tuberculose.

Entre os problemas levantados estão os poucos atores locais (PSF local, associação de moradores e igrejas) articulados para o desenvolvimento de ações contra a TB na comunidade, casas sem ventilação, mitos sobre a TB, falta de informação e dificuldade para as pessoas irem aos posto de saúde.

Para tentar diminuir os problemas, as lideranças desenvolverão palestras, rodas de conversa em diversos locais nas comunidades, evento esportivo, encontros educativos, entre outros.

“Nesses projetos vocês deram uma pincelada muito boa: pensaram TB/HIV, construção das casas, além de estratégias para informar a população. Só tenho que parabenizar a todos. Estou contente de ver gente arregaçando as mangas para trabalhar. Só assim venceremos a TB”, disse Lísia Maria Raymundo de Freitas, gerente do Programa de Combate à Tuberculose do estado do Rio de Janeiro.

 

Publicado em 16-04-08