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Mulheres negras marcham em Brasília contra o racismo e a violência

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A Marcha das Mulheres Negras aconteceu hoje, dia 18 de novembro, em Brasília. A manifestação propôs a reunião das mulheres negras, respeitando suas especificidades e diversidade em torno de uma pauta comum.

O Cedaps conversou com Marcelle Esteves, vice-presidente do Grupo Arco-íris, integrante do Comitê Impulsor da Marcha das Mulheres Negras do Rio de Janeiro e da Coordenação Estadual da Marcha das Mulheres Negras do Rio de Janeiro. Ela esteve presente na capital do país e marchou junto com suas companheiras.

Para Marcelle, que é feminista e negra, a Marcha tem o papel de levar até a capital do país a percepção de que as mulheres, principalmente as negras, existem e que elas não se calarão diante do machismo e do racismo. Ela acredita que é necessário dar visibilidade ao movimento, de forma que os elementos da mudança sejam percebidos pela sociedade.

E essa percepção precisa ser imediata! Segundo dados divulgados pelo ‪#‎MapadaViolência, elaborado pela Flacso Brasil, em 10 anos as taxas de homicídio de mulheres brancas caíram 11,9%: de 3,6 por 100 mil brancas, em 2003, para 3,2 em 2013. Em contrapartida, as taxas das mulheres negras cresceram 19,5%, passando, nesse mesmo período, de 4,5 para 5,4 por 100 mil.

Marcelle afirma que esse dado não é novidade para as integrantes do movimento feminista negro. Ela enfatiza que é necessário acabar com o estigma de violência contra as mulheres, além do fim das mortes maternas por negligência e por mais inclusão social no mercado de trabalho, onde as mulheres negras são as que menos recebem. Primeiro, por serem mulheres, e segundo, por serem negras e consideradas a base da pirâmide. “Por isso marchamos hoje, para garantirmos nossos direitos e para lutarmos por mais políticas públicas!”, finalizou.