O tema global para o Dia Internacional da Mulher 2016, segundo a Organização das Nações Unidas, é “Por um planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero”. A iniciativa pede aos governos que se comprometam a abordar as dificuldades que impedem meninas e mulheres de progredirem e assim de alcançarem o seu potencial pleno. Aqui no Brasil, mulheres e líderes celebram a luta por direitos conquistados, mas lembram o caminho a ser percorrido.
Outro objetivo da data é recordar as conquistas das mulheres e a luta contra o preconceito racial, sexual, político, cultural, linguístico e econômico. Pensamento compartilhado pela representante do Projeto ReciclAção e integrante da Rede de Comunidades Saudáveis, Cris dos Prazeres, do Morro dos Prazeres, na Zona Sul do Rio. “A gente pode comemorar o desejo de se libertar de tantas correntes e rótulos e milhões de paradigmas. Esse dia 8 é o dia de comemorar essa liberdade tão desejada. As mulheres estão à frente das suas famílias, empresas, trabalhos. São mulheres que estão em busca da sua liberdade e sorriso. Mas a gente ainda tem que quebrar alguns tabus e derrubar barreiras gigantes, diante da questão do que é o preconceito contra a mulher na sociedade”, disse.
Esta luta começa dentro de casa, na rua, no local de trabalho e avança a níveis mais abrangentes. Para Cleide Jane, moradora de Duque de Caxias, e membro da Rede de Comunidades Saudáveis com o projeto Associação Missão Resplandecer – AMIRES, as conquistas são fruto de um trabalho coletivo. “Estamos mais unidas e fortes e isso fez a diferença. Eu considero que hoje temos mais direito a voz. Somos mais autônomas, mas ainda existe muito a ser feito. Precisamos ocupar os espaços de poder e contar com menos violência. A lei Maria da Penha é um avanço, mas ainda é um pouco frágil e precisa ser endurecida para garantir a nossa integridade física e moral”, finalizou.
Luíza Xavier, estudante de 17 anos, é filha de Maria Eduarda Samontezze, integrante da Rede de Comunidades Saudáveis e do projeto sociocultural Arquivo do Samba. Ela foi uma das representantes eleitas do projeto “Essa é Minha Vez!”, da Plan Brasil, que pretende aumentar a representatividade de jovens do Brasil, dentro dos novos acordos globais definidos pelas Nações Unidas. Luiza acredita que a mulher não pode ser culpada por atos injustificáveis de uma sociedade machista. “Temos que resgatar a nossa identidade como mulheres e de como a gente se vê. Nenhuma mulher está errada por ser mulher ou por usar a roupa que gosta. Primeiro, ainda precisamos ultrapassar a culpabilização da menina ou mulher”, disse.
O Dia Internacional da Mulher surgiu na virada do século XX durante o processo de industrialização e expansão econômica, que levou a grandes protestos sobre as condições de trabalho, aonde mulheres empregadas em fábricas de vestuário têxtril foram protagonistas desses protestos. Desde então, a data tem sido comemorada em vários países, de forma a reconhecer a importância e contribuição da mulher na sociedade. A data representa uma oportunidade para promover maior equidade de gêneros e assim contribuir para melhorar a saúde das mulheres e meninas em todo o mundo.