Durante o Congresso, o CEDAPS apresentou algumas de suas ações para o enfrentamento da epidemia em favelas e bairros da periferia do Rio de Janeiro. Cinco apresentações orais e três pôsteres abordaram as peculiaridades do trabalho em territórios específicos e a situação dos agentes comunitários de prevenção das DST/Aids. Kátia Edmundo (coordenação geral do CEDAPS) frisou: “a dimensão territorial traz uma perspectiva diferente, parte de uma outra abordagem. […] As agentes comunitárias de prevenção possuem acesso facilitado ao território, às residências, têm bastante circulação, facilidade no diálogo, proximidade com as pessoas.” Também enfatizou as diferenças entre a atuação cotidiana das agentes de prevenção e a lógica programática dos serviços.
A primeira apresentação aconteceu no dia 05, Kátia participou da mesa sobre ‘Práticas de Prevenção das DST/Aids na comunidade’, por convite do Programa Nacional de DST/Aids, e falou da experiência do Grupo de Trabalho Aids e comunidades populares do Fórum de ONG/Aids do Rio de Janeiro, do qual o CEDAPS e mais onze organizações fazem parte. Nesta mesa também estavam presentes Gustavo do MST (Movimento Sem Terra) e Valdilene de Lima do MLB/PE (Movimento de Lutas pelos bairros, vilas e favelas).
Na manhã do dia 06, o CEDAPS esteve presente em duas comunicações coordenadas. Kátia e Fransergio Goulart (equipe técnica) participaram da comunicação sobre ‘Participação Comunitária’. Fransergio dividiu a fala com Mauro Lima (Iniciativa Jovem de Palmares). Apresentaram algumas das estratégias desenvolvidas para e por jovens com cooperação técnica do CEDAPS: Participação ativa de jovens moradores em favelas e bairros da periferia no RJ na formulação e desenvolvimento de ações de prevenção e promoção da saúde.
A apresentação de Kátia foi sobre as especificidades e estratégias das ações territoriais de prevenção: Aids e comunidades populares no Rio de Janeiro: uma ação de base territorial.
Ao mesmo tempo, na comunicação ‘Prevenção com Jovens’, Roberta Mercadante, do Cedaps, apresentou o Jornal Globules no RJ: um espaço de trocas entre jovens da periferia do Brasil e da França, contando sobre a criação de duas fotonovelas e como os encontros realizados se configuraram como um espaço de reflexão e construção, essencial para a redução da vulnerabilidade à Aids.
Fechando o dia 07, Kátia apresentou alguns dados da pesquisa de sua tese de doutorado no Programa EICOS/IP/UFRJ: Aids e comunidades populares no Rio de Janeiro: um estudo histórico-antropológico de programas governamentais e não-governamentais no período de 1986 a 2006.
Os pôsteres apresentados foram: Prevenção e promoção da saúde em comunidades populares do Rio de Janeiro: um processo de fortalecimento pessoal e coletivo; Desenvolvimento comunitário e promoção da saúde: um estudo etnográfico sobre Núcleos Comunitários de Prevenção de DST/Aids no Rio de Janeiro (em parceria com o Programa EICOS/IP/UFRJ, fruto da pesquisa ‘Núcleos Comunitários’) e CEC-HIV/Aids: Ciclo de Educação Comunitária em HIV/Aids: informações sobre pesquisa, prevenção e promoção da saúde para comunidades e movimentos populares (em parceria com o Comitê Comunitário Assessor e Instituto de Pesquisa Evandro Chagas/FIOCRUZ).
Kátia também coordenou o painel sobre ‘Superação da violência social e o enfrentamento da vulnerabilidade às DST/Aids no Brasil’, com participação de profissionais e pesquisadores da área.