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Cedaps e Decola Cria colocam em pauta a juventude carioca no Rio Innovation Week

Painéis contaram com conversas sobre oportunidades para jovens do território, economia criativa, e os desafios da jovem mãe negra

Por: Larissa Carvalho, Cedaps – Rio de Janeiro

Como parceiro articulador do Decola Cria, o Cedaps realizou no Rio Innovation Week, no Pier Mauá, Rio de Janeiro, a mini-conferência “Um Rio de Oportunidades: Decola Cria”, na quinta-feira (14), com o apoio da Innovation Foundation e do Global Development Incubator (GDI). O objetivo central dos painéis, mediados pela jornalista Anna Beatriz Lourenço, foi discutir a empregabilidade da juventude carioca. As conversas foram divididas em temáticas sobre como mapear e ampliar caminhos para jovens em vulnerabilidade, sobre economia criativa, além do debate urgente sobre os desafios da inclusão produtiva de jovens mães negras.

A primeira mesa teve o lançamento do CriaMap, um mapa criado com a tecnologia social de Construção Compartilhada de Soluções Locais (CCSL) do Cedaps, com o objetivo de conectar os jovens de diferentes territórios com as oportunidades disponíveis na cidade do Rio de Janeiro. A conversa contou com a participação da coordenadora do Decola Cria, Anna Becker; com o conselheiro jovem do Decola Cria, Danilo Quadra; com o coordenador geral do Pacto pela Juventude (JuvRio), Bruno Henrique; e com a gerente de assistência social, filantropia e qualificação profissional do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Tatiana Monteiro.

Anna Becker, Tatiana Monteiro, Bruno Henrique e Danilo Quadra compuseram o primeiro painel / Foto: Hericsson Carvalho
Anna Becker, Tatiana Monteiro, Bruno Henrique e Danilo Quadra compuseram o primeiro painel / Foto: Hericsson Carvalho

O segundo painel foi uma conversa sobre formação, capacitação e inclusão produtiva no setor criativo do Rio. Estiveram na mesa a gerente de programas e projetos da Fundação Roberto Marinho, Sandra Sérgio; a empreendedora do restaurante Malawi Vegetariano, Luiza Felix; a diretora técnica da Spetaculu, Carla Vilardo; e a cantora, atriz e poeta, Ella Fernandez.

A jovem Luiza Felix começou a entender que seu trabalho fazia parte da Economia Criativa quando viu que poderia promover mudanças positivas no seu território com seu empreendimento.

“Eu percebi isso quando vi que poderia fazer com minhas próprias mãos algo que não estava sendo feito e que eu poderia transformar o lugar onde eu vivo ou as pessoas que estão ao meu redor. […] E como falamos várias vezes ao longo do painel, a educação é a principal ferramenta para os jovens alcançarem melhores oportunidades na Economia Criativa. A educação é transformadora tanto para a gente se reconhecer nesse lugar quanto para atingir lugares maiores. Os apoios financeiros também são importantes porque falamos sobre jovens em vulnerabilidade e periféricos que precisam de outros aportes, e não só para chegar nos espaços, mas para se manter e abrir portas para outros”, disse.

Já a cantora Ella Fernandez, que iniciou a carreira porque gostava de cantar, virou a chave quando percebeu que isso poderia se tornar seu trabalho.

“Eu comecei a notar que esse meu cantar não era só uma coisa que eu gostava de fazer, mas que tinha espaço para ser show em casamentos, bares, festivais. Então, eu pensei que isso era Economia Criativa e que eu hoje faço parte disso”, afirmou.

Na imagem, Anna Beatriz Lourenço, Sandra Sérgio, Luiza Felix, Carla Villardo e Ella Fernandez / Foto: Hericsson Carvalho
Na imagem, Anna Beatriz Lourenço, Sandra Sérgio, Luiza Felix, Carla Villardo e Ella Fernandez / Foto: Hericsson Carvalho

O papo de encerramento contou com a iniciativa “Vou Brotar” e debateu sobre as barreiras sistêmicas enfrentadas por mães jovens negras e os caminhos para superá-los. A mesa teve as participações da diretora de responsabilidade corporativa e direitos humanos da L’Oréal, Helen Pedroso; com a auxiliar administrativa da FUNDACOR, Maiara Maciel; e com a gerente executiva de operações do Coletivo Aprendiz Cieds, Márcia Cristina.

Como figura representativa da jovem mãe negra, Maiara compartilhou sua história e o amor que sente por seu filho independentemente dos desafios. Para ela, estar nessa mesa foi importante porque significa que está sendo vista de alguma forma.

“É um sinal de que estão olhando para mim, porque, às vezes, achamos que não estamos sendo vistas e que nosso trabalho como mães não está sendo valorizado. Me senti muito importante. […] E acredito que é necessário abrir as portas para essas mulheres para que tenham acesso a oportunidades nas empresas, além de acolhimento e apoio, porque criar seus filhos não é fácil”, falou.

Helen Pedroso vê que hoje há empresas com um PIB maior do que muitos governos e, por isso, para ela, o papel delas é olhar para os stakeholders e ir além da questão da empregabilidade.

“Estamos falando de um país em que 4,6 milhões de jovens são considerados nem-nem, nem trabalham nem estudam. Então, precisamos de projetos e programas sociais, como nossas escolas de beleza, que já formaram mais de 3.600 mulheres no Rio de Janeiro, que possam, de fato, através da inclusão produtiva, aprender e acessar o mercado de trabalho de forma ágil e dando o primeiro passo no seu sonho de ter uma carreira transformadora”, concluiu.

Márcia Cristina, Helen e Maiara foram as três convidadas do último painel / Foto: Hericsson Carvalho

E para transformar a realidade e a carreira de jovens mães, a comunidade “Vou Brotar” pode ser o primeiro passo. A iniciativa, que acredita no potencial da juventude de periferias e favelas, incentiva o conhecimento de habilidades, o aprendizado na prática, e mostra o caminho para entrar no mercado de trabalho ou investir em uma jornada empreendedora.

Além disso, uma das campanhas, junto ao Mamás Chingonas, uma iniciativa dentro do YouthBuild México, tem o objetivo de sensibilizar sobre a importância da empregabilidade para jovens mães negras colocando suas habilidades adquiridas com a maternidade como compatíveis com o que o mercado de trabalho procura.

Conheça mais sobre o “Vou Brotar” no Instagram do Cedaps!

Colaboradores do Cedaps / Foto: Hericsson Carvalho
Colaboradores do Cedaps / Foto: Hericsson Carvalho