Na última terça-feira (30) agentes comunitários, lideranças, representantes da Secretaria Municipal de Saúde e do CMS Carlos Figueiredo Filho, além de moradores do Borel, estiveram reunidos na sede do Instituto de Cidadania Unidos da Tijuca para conhecerem os resultados da consulta participativa sobre tuberculose realizada junto aos moradores do Borel. A pesquisa foi uma iniciativa do projeto Comunidades Sem Tuberculose, coordenado pelo CEDAPS.
Atuaram como pesquisadores 18 agentes comunitários de saúde e cinco jovens do RAP da Saúde, que ouviram 190 pessoas, entre moradores e organizações, permitindo o levantamento de dados da tuberculose no Borel, principais dúvidas, barreiras para adesão ao tratamento e possíveis caminhos para erradicar a TB do morro. O município do Rio de Janeiro tem a taxa de incidência de tuberculose bem acima da média nacional (82 casos por 100 mil habitantes) e a taxa de mortalidade pela doença é a mais alta entre todas as capitais do pais – 6,9 mortes por 100 mil habitantes (fonte: Boletim Epidemiológico – Ministério da Saúde, 2016).
Para Wanda Lucia B. Guimarães, Coordenadora Geral do CEDAPS e responsável pelo projeto Comunidades Sem Tuberculose, os resultados da pesquisa permitiram não só o levantamento das percepções dos moradores sobre TB, mas aprendizagens determinantes para o enfrentamento da doença. “Existem muitas dúvidas sobre a tuberculose e formas tratamento aqui no Borel. Por isso, os próprios moradores sugeriram maneiras de ampliar o acesso à informação – cartazes, “rádio poste” e mensagens na rádio comunitária foram algumas das recomendações”.
“Esse evento representa um passo muito importante na fidelidade das parcerias aqui no território. Já é conhecido de todos que a tuberculose é uma doença estabelecida no Borel e a luta para eliminar essa doença é muito difícil. Hoje estamos iniciando uma parceria para trabalhar conjuntamente e tentarmos erradicar a tuberculose aqui do Borel. Com união conseguiremos colher resultados” explicou João Paulo, gerente do CMS Carlos Figueiredo Filho da Cap 2.2.
Felipe Vieira, diretor do Instituto de Cidadania Unidos da Tijuca, destaca a importância da iniciativa: “Esse evento veio fortalecer e empoderar o trabalho do agente comunitário de saúde, porque todos os dias a gente lida com essa questão da tuberculose. Muitas vezes nós e os agentes comunitários temos o sentimento de que estamos sozinhos nessa luta. Mas será que essa luta é só do profissional de saúde? Será que todos não podem abraçar essa causa? As igrejas, as instituições, os comerciantes e principalmente o morador? Hoje o Borel é a segunda comunidade em número de casos de TB no município, ficando atrás apenas da Rocinha. Por isso vejo como de grande importância esse seminário, que faz um reconhecimento do trabalho do agente comunitário”.
Após a apresentação dos resultados da pesquisa participativa sobre tuberculose no Borel, os convidados puderam assistir ao documentário “Doutor Magarinos – Advogado do Morro”, curta-metragem que conta a história do advogado Magarinos Tôrres Filho, que nas décadas de 50 e 60 lutava pelo direito à moradia no conjunto de favelas da Maré, especificamente no Parque União, Morro do Borel e da Providência.
Clique aqui e veja o resultado parcial da pesquisa.