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Mulher trans realiza trabalhos com jovens LGBT em favelas

Organização criada na Nova Holanda, na Maré, atua diariamente na diminuição de preconceitos

Gilmara@

Gilmara Santos, mulher trans e moradora da Maré, há 10 anos desenvolve trabalhos a curto, médio e longo prazo com jovens LGBT na Nova Holanda, uma das favelas da Maré. Lá ela fundou o Conexão G, organização voltada para o público LGBT de favela, que sofre ainda mais preconceito nesses espaços devido ao conservadorismo de seus moradores. A organização realiza uma série de atividades nas áreas de promoção da saúde e Direitos Humanos e dessa forma estreitou laços com o CEDAPS e integra a Rede de Comunidades Saudáveis.

Ao longo dos anos, o projeto se estruturou pensando na construção de um quadro politico que pudesse representar os moradores de favela LGBT, em busca de igualdade na sociedade e na comunidade. “Nos tempos atuais, o preconceito é algo que não tem como mensurar. A violência no asfalto é diferente da vivida na favela, mas há o preconceito de se ser LGBT ou trans nos dois espaços. Nas favelas, há um retrocesso das políticas públicas, o que dificulta o diálogo. Por meio de eventos, seminários dentro da temática LGBT, tentamos implementar ações que atendam essa população nesses territórios”, observou.

“Ser mulher trans é travar uma luta cotidiana e reivindicar pela sobrevivência. O dia de visibilidade trans é de extrema importância porque demarca o nosso espaço a nível municipal, estadual e federal, mas para quem vive na favela, um dia ou uma semana não dão conta para nos dar voz. A luta LGBT é cotidiana e incansável no asfalto, e muito mais na favela, e a gente continua o processo diário de sensibilização”, concluiu.