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Debate Público sobre Tuberculose na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro

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O debate público sobre Tuberculose aconteceu na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro. A ação foi articulada entre o gabinete do vereador Eduardão, presidente da Frente Parlamentar de Tuberculose no Município do Rio de Janeiro, e o Fórum ONGs Tuberculose RJ.

Entre os presentes, estava Danielle Pelissari, representante do Programa Nacional do Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde. Ela trouxe informações sobre os determinantes sociais da doença, taxa de mortalidade e afastamentos pelo INSS. Otávio Maia Porto, diretor do Centro de Referência Professor Hélio Fraga da ENSP/Fiocruz, também compareceu e mencionou a questão do atendimento dos profissionais de saúde em relação às vulnerabilidades e condições de vida desses pacientes.

Jorge Pio, representante da Gerência de Pneumologia Sanitária da Prefeitura do Rio de Janeiro, reforçou a questão dos determinantes sociais, demonstrou a variação da endemia pelas diversas regiões do município, comprovando que a doença ocorre com mais frequência nas áreas menos desenvolvidas da cidade e relatou a questão da demora na detecção e início do tratamento.

Roberto Pereira, secretário executivo do Fórum de ONGs Contra a Tuberculose, destacou o desconhecimento da doença pelos médicos, demonstrando dados do Conselho Regional de Medicina que indicam que quase 70% dos médicos recém-formados não sabem reconhecer os sintomas da doença.

O vereador Paulo Pinheiro (PSOL) criticou a ausência de políticas básicas de prevenção de doenças nas comunidades. Segundo o parlamentar, é importante cobrar a execução de serviços que não aparecem, como o saneamento básico, e investir na educação dos moradores para evitar a descontinuidade no tratamento da doença.

Ana Alice Bevilaqua, coordenadora do Programa Estadual de Tuberculose (PCT/SES/RJ), chamou atenção sobre os dados epidemiológicos da doença no estado, que tem a maior taxa de incidência e a mais alta mortalidade por Tuberculose do Brasil, e explicou que esta é uma doença relacionada à alta densidade populacional que afeta grandes centros urbanos do país.

Sonia Regina Gonçalves, representante do Conselho Municipal de Saúde do Rio, falou, por fim, sobre a necessidade de se enfrentar e combater o preconceito associado à doença. “Percebemos que existem pessoas que trabalham com saúde e que ainda não entendem ou não conhecem a Tuberculose. Eu vejo muita gente que ainda queima roupas, descarta talheres e discriminam pessoas que têm a doença”, disse Sonia.